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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Portugal (Séc. XV, XVI, XVII E XVIII)

No início do séc. XV, Portugal continuava a enfrentar dificuldades económicas. Faltavam, por exemplo, cereais. Também a falta de metais preciosos (ouro e prata), que se fazia sentir por toda a Europa, criava dificuldades ao comércio externo português. Não admira, portanto, o interesse manifestado, não só pela burguesia, mas também pelos outros grupos sociais, pela conquista deCeuta. Anobreza tinha oportunidade de ganhar fama e glória, para além de cargos e recompensas. Para oclero, guerrear os infiéis (Mouros) significava um alargamento e difusão da religião cristã. A burguesia via também com bons olhos a conquista de Ceuta.

Ceuta não só abria possibilidades de acesso aos mercados de cereais de Marrocos, mas era igualmente término das rotas do ouro e das especiarias. Para além disso, eliminava-se também a pirataria moura, havia mais segurança na costa portuguesa, possibilitava-se, também, maios segurança e consequente alargamento da área de pesca no Oceano Atlântico e o controlo de navegação no Estreito de Gibraltar. E, assim, a cidade de Ceuta é conquistada em 1415. Este acontecimento marca o início da expansão portuguesa.

Contrariamente aos benefícios económicos que se procura obter,Ceuta não é auto-suficiente. È necessário abastecê-la de gente e de cereais, cereais esses que faltam em Portugal. Assim, surgem em Portugal duas correntes de opinião. Uma é favorável ao abandono deCeu ta ou, pelo menos, à não continuação das conquistas, devido às despesas que é necessário fazer. Outra, defendida pela nobreza, favorável à continuação da conquista de outras cidades, para assim evitar os ataques dos Mouros. Estas duas correntes de opinião vão influenciar os dois rumos seguidos pela expansão portuguesa. Por um lado, a burguesia está mais interessada em alargar a área do comércio e atingir as regiões do ouro a sul do Deserto do Sara (descobertas). Por outro lado, a nobreza defende a continuação das conquistas,para assim ganhar honra, fama e mercês. O Infante D. Henrique foi o grande impulsionador da expansão portuguesa.

Tendo em conta o abastecimento deCeuta, Portugal resolve então colonizar o Arquipélago da Madeira. Inicialmente desenvolve-se a cultura do trigo, tanto para o abastecimento de Ceuta como de Portugal. Mais tarde desenvolvem-se as culturas do vinho e do açúcar. AMadeira passa, então, a abastecer aEuropa de açúcar, um produto que, até essa época, era muito raro. NosAç ores também vai ser introduzida a cultura do trigo. A criação de gado atinge um certo desenvolvimento. Sistema idêntico de colonização vai ser introduzido, mais tarde, noutras ilhas atlânticas (Arquipélagos de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe). Para atingir as fontes do ouro a sul do Deserto do Sara, necessário se tornará navegar para sul, ao longo da costa africana, e ultrapassar oCabo Bojador, limite do mundo então conhecido.

Os ventos e a corrente marítima contrários tornavam difíceis essas viagens, sobretudo a viagem de regresso, isto aliado, também, às dificuldades de orientação, navegando longe da costa. Ora, passado o Cabo Bojador, os portugueses passam a utilizar a caravela, capaz de navegar com ventos contrários, devido às suas velas triangulares. No alto mar orientam-se pelos astros, com a ajuda de vários instrumentos.


Fazem cartas de marear (mapas), onde anotam, entre outros elementos, os rumos a seguir. À medida que as descobertas foram avançando, os portugueses começaram a estabelecer relações comerciais com os povos que aí viviam. Estes povos trocavam os seus produtos (ouro, marfim, malagueta, escravos, etc.) por outros idos de Portugal. Após a morte do Infante D. Henrique toda esta actividade sofreu uma ligeira diminuição. Mais tarde, o rei D. João II vai dar um grande impulso às viagens dos descobrimentos. O seu desejo era chegar à Índia e, assim, dominar o comércio com essa região. Para isso, era necessário encontrar uma passagem entre o Oceano Atlântico e o Oceano Índico. Diogo Cão descobre uma grande extensão da costa de África. Em seguida, Bartolomeu Dias contorna a África do sul e navega pela primeira vez no Oceano Índico.

Abriram-se, assim, as esperanças de poder chegar à Índia por mar. Por isso, D. João II mudou, ao cabo situado na extremidade sul e a que Bartolomeu Dias chamara de Cabo das Tormentas, o nome para Cabo da Boa Esperança, pela esperança de se poder chegar à Índia contornando a África.

Só no reinado de D. Manuel I é que as naus, comandadas por Vasco da Gama, partem de Lisboa à descoberta do caminho marítimo para a Índia. Em 1500,Pedro Álvares Cabral chega ao Brasil.

Logo após a 1.ª viagem à Índia, começam a afluir a Lisboa as riquezas orientais, sobretudo especiarias. Assim, Portugal desempenha em todo este circuito comercial o papel de intermediário. Portugal compra no Oriente para vendar na Europa. Do mesmo modo, compra na Europa os produtos que vende no Oriente. Todo este rico e rendoso comércio, que proporcionava grandes lucros, vai influenciar a maneira de viver dos portugueses desta época (Séc. XVI). As pessoas correm a Lisboa para conseguir uma vida melhor e procurar emigrar, sobretudo para a Índia, em busca de riqueza fácil. Em contrapartida, são trazidos para Portugal muitos escravos que se vão dedicar a serviços domésticos e, também, suprimir a falta de braços na agricultura.

Mas, são sobretudo as classes privilegiadas a beneficiar das riquezas orientais. O luxo, a corrupção e a vida parasitária instalam-se nas pessoas e nos costumes.

Como as actividades produtivas estão em decadência, Portugal tem de importar grande parte do que consome. As camadas mais desfavorecidas da população ressentem-se desta situação, quer pela alta dos preços, quer pelas calamidades naturais que provocam fomes generalizadas.

Devido às dificuldades económicas e à decadência do comércio oriental, Portugal volta-se para o Brasil. Começa então uma verdadeira colonização. São transplantadas para o Brasil as culturas já experimentadas com êxito nas ilhas atlânticas, destacando- se a cana-de-açúcar, cuja produção cresce significativamente até meados do séc. XVII. O açúcar constitui a base do comércio e o suporte económico de Portugal, pois que do açúcar brasileiro se abastecia toda a Europa. Para os trabalhos, bastante penosos, nos engenhos (fábricas) de açúcar, os portugueses recorrem a escravos africanos. Mas outras actividades se desenvolvem também, tais como a criação de gado. Do mesmo modo, as culturas do algodão e do tabaco. Igualmente se continuou a exploração do pau-brasil.

No séc. XVI, em Portugal surge uma crise na sucessão ao trono. O rei D. Sebastião morre na Batalha da Alcácer-Quibir, sem deixar descendentes. Sucedeu-lhe o seu tio-avô, o Cardeal D. Henrique, já muito velho e também sem descendentes.

As classes privilegiadas e até a burguesia vêem com agrado a aclamação de D. Filipe II, rei de Espanha, como futuro rei de Portugal. Entretanto, morre (1580) o Cardeal D. Henrique.

Finalmente, D. Filipe II, rei de Espanha, é aclamado rei de Portugal, com o nome de Filipe I, comprometendo-se, no entanto, a respeitar a autonomia de Portugal. Sucedem-lhe Filipe II e Filipe III, também reis de Espanha com os nomes de D. Filipe III e D. Filipe IV, respectivamente. Em Portugal começa a manifestar-se hostilidade em relação ao rei de Espanha, Filipe III de Portugal. Então um grupo de nobres proclama a Restauração da Independência (1640) na pessoa do Duque de Bragança, que é aclamado rei (D. João IV.

Durante a 1.ª metade do séc. XVIII explorou-se, em grande quantidade, ouro no Brasil. Com a sua vinda para Portugal acabam as dificuldades da nossa balança comercial. O dinheiro abunda, as importações e o consumo aumentam.

É no séc. XVIII que os reis concentram na sua mão todo o poder e submetem as classes à sua autoridade. Com o Marquês de Pombal, ministro de D. José I, o absolutismo atinge o seu ponto máximo.

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