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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Portugal na Península Ibérica (Séc. XII, XIII e XIV)

A Península Ibérica foi habitada desde os tempos pré-históricos. Inúmeros vestígios testemunham essa presença. Mas no 1.º milénio a.C. (antes de Cristo) podemos já assinalar a presença de vários povos que aqui habitavam, por testemunho escrito de alguns historiadores que lhes fazem referências. Os povos ibéricos, no Séc. III a.C.

Nos finais do séc. III a.C. (ano 218 a.C.), os Romanos invadiram a Península Ibérica e, a pouco e pouco, foram submetendo os povos peninsulares. O seu domínio prolongou-se por cerca de seis séculos, influenciando e transformando a maneira de viver dos povos ibéricos. Inúmeros vestígios, deixados por toda a parte, nos dão testemunho da sua presença e da sua acção civilizadora. Da sua língua, o latim, derivou o português. Foi também durante o seu domínio que se difundiu o Cristianismo, de tal modo que, nos finais do séc. IV, todas as regiões da Península Ibérica se encontravam cristianizadas.

No início do séc. V, os povosBárbaros invadiram e destruíram o Império Romano (do Ocidente). De entre os povos que vieram para a Península Ibérica importa referir osSuevos e osVisigodo s. Mas os Visigodos, nos finais do séc. VI, derrotaram osSuevos e passaram a dominar toda a Península Ibérica. Com a sua conversão ao Cristianismo, estabelece-se uma certa unidade entre todos os habitantes. No séc. VIII (711) dá-se a última grande invasão. OsMuçulmanos invadem a Península Ibérica, que dominam quase completamente. Os cristãos (Visigodos), derrotados, refugiam-se no Norte, na zona montanhosa dasAstúrias, onde organizam a resistência aosMuçulman os. É a partir dasAs túrias que os cristãos vão tentar recuperar todas as terras perdidas, lutando contra os Muçulmanos.

A este movimento damos o nome de Reconquista Cristã. A reconquista prossegue lentamente, com avanços e recuos, consoante a sorte das lutas e, em meados do séc. IX, atinge-se a bacia do Douro. Procede-se então a uma reorganização e repovoamento das terras reconquistadas.

Com a continuação das lutas vão-se formando também vários reinos cristãos:Leão,Castela,Navarra e Aragão.

Mas o movimento da Reconquista continua e os reinos cristãos vão-se estendendo para sul.

No séc. XI (1096), D. Afonso VI, rei de Leão, faz doação do Condado Portucalense (que agora incluía o território de Coimbra, a sul do rio Douro) a D. Henrique, um nobre francês que o viera ajudar nas lutas contra os Muçulmanos e que casara com uma das suas filhas, D. Teresa. D. Henrique ficava, no entanto, com a obrigação de o ajudar nas lutas contra osMouros e de lhe prestar obediência. Mas D. Henrique tentou tornar-se independente do rei de Leão. D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique, desde que tomou conta do Condado Portucalense, procurou torná-lo independente. Para isso lutou contra o rei deLeão, Afonso VII, seu primo, invadindo por diversas vezes o seu território, na tentativa de o obrigar a reconhecê-lo como rei.


Igualmente lutou contra osMuçulmanos, sem ajuda de qualquer outro rei cristão, procurando assim demonstrar ser merecedor do título de rei.

Mas só em 1143, pelo Tratado de Zamora, o rei de Leão reconhece Afonso Henriques como rei e o seu território como reino independente– o Reino de Portugal.

Dominada a linha do rio Tejo, com a conquista de Santarém e Lisboa (1147), Afonso Henriques alarga os seus domínios para sul, pelo Alentejo.

Finalmente, o território de Algarve é conquistado em 1249, no reinado de Afonso III.

À medida que o território ia sendo conquistado, os reis repartiam essas terras, para que melhor fossem povoadas e defendidas. Dessas terras, os reis reservavam uma parte para si. Do restante, fizeram enormes doações ao clero e à nobreza. É que tanto a nobreza como o clero ajudaram os reis na luta de reconquista contra osMouros. Para que as novas terras conquistadas fossem povoadas, defendidas e aproveitadas economicamente, tanto o rei como o clero e a nobreza procuravam atrair povoadores (povo) para as suas terras, dando-lhes regalias. Surgem assim algumas novas povoações, e outras se vão desenvolvendo com a chegada de novos povoadores. Neste período, o crescimento da população foi bastante significativo.


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À medida que o território ia sendo conquistado, os reis repartiam essas terras, para que melhor fossem povoadas e defendidas. Dessas terras, os reis reservavam uma parte para si. Do restante, fizeram enormes doações ao clero e à nobreza. É que tanto a nobreza como o clero ajudaram os reis na luta de reconquista contra osMouros. Para que as novas terras conquistadas fossem povoadas, defendidas e aproveitadas economicamente, tanto o rei como o clero e a nobreza procuravam atrair povoadores (povo) para as suas terras, dando-lhes regalias. Surgem assim algumas novas povoações, e outras se vão desenvolvendo com a chegada de novos povoadores. Neste período, o crescimento da população foi bastante significativo.
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Na sociedade portuguesa desta época pode-se distinguir três grupos sociais: oclero, anobreza e opovo. Cada um destes grupos sociais estava ligado a determinadas funções. Assim, oclero dedicava-se a assegurar os serviços religiosos, bem como ao e à assistência, para além de altos cargos no governo. Ànobreza cabiam funções de defesa e igualmente altos cargos no governo. Por sua vez, opovo dedicava-se às várias actividades económicas, em especial à agricultura. Os produtos cultivados era, em geral, idênticos aos de hoje. Associada à agricultura estava a criação de gado e também a indústria doméstica e rudimentar. No litoral, as populações dedicavam-se à pesca e à extracção do sal.

Inicialmente, o comércio interno era reduzido. Mas, com o crescimento da população e o aumento da produção agrícola, que se verificam sobretudo ao longo do séc. XIII, o comércio interno começa a desenvolver-se. Passa-se a produzir para vender. Assim são criadas numerosas feiras, bem como mercados nas principais povoações. O desenvolvimento da agricultura levou ao desenvolvimento de toda a economia. Os mercadores portugueses começam também a frequentar mercados estrangeiros, especialmente no norte da Europa. Para estas regiões exportam principalmente produtos agrícolas e delas importam sobretudo produtos industriais. Como o comércio externo dava grandes lucros, assiste-se, por todo o lado, a uma movimentação das populações dos meios rurais para as cidades, em especial do litoral. Passam a dedicar-se não só ao comércio, mas também a outras actividades com elas relacionadas, tais como a construção naval, carregamento e transporte de mercadorias, etc.. Assim, junto às velhas cidades surgem como que novas cidades (novos burgos). Estes habitantes dos novos burgos, que passam a ser conhecidos por burgueses, dedicam-se principalmente ao comércio. Surge assim, saída do povo, uma nova e rica camada social– a burguesia mercantil.

Mas, no séc. XIV, a produção agrícola começa a diminuir. Para isso contribuem o abandono dos solos mais pobres e arenosos, a deslocação dos trabalhadores rurais para as cidades do litoral, ou ainda a diminuição da cultura dos cereais. Esta cultura, devido à falta de trabalhadores rurais, começa a ser substituída pelas culturas da vinha e da oliveira ou pela criação de gado, por exigirem menos mão-de-obra.

A falta de cereais faz com que a população comece a sentir dificuldades em se abastecer e em se alimentar. Havia também fomes, provocadas especialmente por maus anos agrícolas. Assim, esta deficiente alimentação, aliada à falta de condições de higiene, leva a que as epidemias (pestes) se espalhem mais facilmente, provocando a morte de muitas pessoas. Ficou célebre a Peste Negra que se espalhou rapidamente por toda a Europa, morrendo, devido a ela, nalgumas regiões, de metade a um terço da população.

A crise económica (crise agrícola, essencialmente) vai continuar ao longo da segunda metade do séc. XIV e prolongar-se ainda pelo séc. XV. Tanto o clero como a nobreza, vendo diminuir os seus rendimentos, começam também a querer dedicar-se ao comércio porque, sobretudo o comércio externo, dava grandes lucros. Mas aqui entra em choque com os interesses da burguesia, que enriquecera nesse mesmo comércio.

Tendo morrido (1384) o rei de Portugal, D. Fernando, surge um problema de sucessão. Não tendo filhos, e estando a sua única filha casada com o rei de Castela, podia dar-se o caso de Portugal ficar unido a Castela. Desta forma, os portugueses dividem-se em dois grupos ou partidos opostos: -o partido do Mestre de Avis, formado essencialmente pela classe popular e alguns membros do clero e alta nobreza; -o partido deCastela, apoiado sobretudo em elementos do alto clero e alta nobreza. Tornava-se necessário resolver a crise política, ou seja, a nomeação de um novo rei. Para isso se reuniram as corte em Coimbra (Cortes de Coimbra), onde o Mestre de Avis foi aclamado rei (D. João I). O rei de Castela invade novamente Portugal, mas é derrotado na Batalha de Aljubarrota. Os partidários do Mestre de Avis saíram, assim, vitoriosos.

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