Nos finais do séc. III a.C. (ano 218 a.C.), os Romanos invadiram a Península Ibérica e, a pouco e pouco, foram submetendo os povos peninsulares. O seu domínio prolongou-se por cerca de seis séculos, influenciando e transformando a maneira de viver dos povos ibéricos. Inúmeros vestígios, deixados por toda a parte, nos dão testemunho da sua presença e da sua acção civilizadora. Da sua língua, o latim, derivou o português. Foi também durante o seu domínio que se difundiu o Cristianismo, de tal modo que, nos finais do séc. IV, todas as regiões da Península Ibérica se encontravam cristianizadas.
No início do séc. V, os povosBárbaros invadiram e destruíram o Império Romano (do Ocidente). De entre os povos que vieram para a Península Ibérica importa referir osSuevos e osVisigodo s. Mas os Visigodos, nos finais do séc. VI, derrotaram osSuevos e passaram a dominar toda a Península Ibérica. Com a sua conversão ao Cristianismo, estabelece-se uma certa unidade entre todos os habitantes. No séc. VIII (711) dá-se a última grande invasão. OsMuçulmanos invadem a Península Ibérica, que dominam quase completamente. Os cristãos (Visigodos), derrotados, refugiam-se no Norte, na zona montanhosa dasAstúrias, onde organizam a resistência aosMuçulman os. É a partir dasAs túrias que os cristãos vão tentar recuperar todas as terras perdidas, lutando contra os Muçulmanos.
A este movimento damos o nome de Reconquista Cristã. A reconquista prossegue lentamente, com avanços e recuos, consoante a sorte das lutas e, em meados do séc. IX, atinge-se a bacia do Douro. Procede-se então a uma reorganização e repovoamento das terras reconquistadas.
Com a continuação das lutas vão-se formando também vários reinos cristãos:Leão,Castela,Navarra e Aragão.
Mas o movimento da Reconquista continua e os reinos cristãos vão-se estendendo para sul.
No séc. XI (1096), D. Afonso VI, rei de Leão, faz doação do Condado Portucalense (que agora incluía o território de Coimbra, a sul do rio Douro) a D. Henrique, um nobre francês que o viera ajudar nas lutas contra os Muçulmanos e que casara com uma das suas filhas, D. Teresa. D. Henrique ficava, no entanto, com a obrigação de o ajudar nas lutas contra osMouros e de lhe prestar obediência. Mas D. Henrique tentou tornar-se independente do rei de Leão. D. Afonso Henriques, filho de D. Henrique, desde que tomou conta do Condado Portucalense, procurou torná-lo independente. Para isso lutou contra o rei deLeão, Afonso VII, seu primo, invadindo por diversas vezes o seu território, na tentativa de o obrigar a reconhecê-lo como rei.
Igualmente lutou contra osMuçulmanos, sem ajuda de qualquer outro rei cristão, procurando assim demonstrar ser merecedor do título de
Mas só em 1143, pelo Tratado de Zamora, o rei de Leão reconhece Afonso Henriques como rei e o seu território como reino independente– o Reino de Portugal.
Dominada a linha do rio Tejo, com a conquista de Santarém e Lisboa (1147), Afonso Henriques alarga os seus domínios para sul, pelo Alentejo.
Finalmente, o território de Algarve é conquistado em 1249, no reinado de Afonso III.
À medida que o território ia sendo conquistado, os reis repartiam essas terras, para que melhor fossem povoadas e defendidas. Dessas terras, os reis reservavam uma parte para si. Do restante, fizeram enormes doações ao clero e à nobreza. É que tanto a nobreza como o clero ajudaram os reis na luta de reconquista contra osMouros. Para que as novas terras conquistadas fossem povoadas, defendidas e aproveitadas economicamente, tanto o rei como o clero e a nobreza procuravam atrair povoadores (povo) para as suas terras, dando-lhes regalias. Surgem assim algumas novas povoações, e outras se vão desenvolvendo com a chegada de novos povoadores. Neste período, o crescimento da população foi bastante significativo.
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À medida que o território ia sendo conquistado, os reis repartiam essas terras, para que melhor fossem povoadas e defendidas. Dessas terras, os reis reservavam uma parte para si. Do restante, fizeram enormes doações ao clero e à nobreza. É que tanto a nobreza como o clero ajudaram os reis na luta de reconquista contra osMouros. Para que as novas terras conquistadas fossem povoadas, defendidas e aproveitadas economicamente, tanto o rei como o clero e a nobreza procuravam atrair povoadores (povo) para as suas terras, dando-lhes regalias. Surgem assim algumas novas povoações, e outras se vão desenvolvendo com a chegada de novos povoadores. Neste período, o crescimento da população foi bastante significativo.
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Na sociedade portuguesa desta época pode-se distinguir três grupos sociais: oclero, anobreza e opovo. Cada um destes grupos sociais estava ligado a determinadas funções. Assim, oclero dedicava-se a assegurar os serviços religiosos, bem como ao e à assistência, para além de altos cargos no governo. Ànobreza cabiam funções de defesa e igualmente altos cargos no governo. Por sua vez, opovo dedicava-se às várias actividades económicas, em especial à agricultura. Os produtos cultivados era, em geral, idênticos aos de hoje. Associada à agricultura estava a criação de gado e também a indústria doméstica e rudimentar. No litoral, as populações dedicavam-se à pesca e à extracção do sal.
Inicialmente, o comércio interno era reduzido. Mas, com o crescimento da população e o aumento da produção agrícola, que se verificam sobretudo ao longo do séc. XIII, o comércio interno começa a desenvolver-se. Passa-se a produzir para vender. Assim são criadas numerosas feiras, bem como mercados nas principais povoações. O desenvolvimento da agricultura levou ao desenvolvimento de toda a economia. Os mercadores portugueses começam também a frequentar mercados estrangeiros, especialmente no norte da Europa. Para estas regiões exportam principalmente produtos agrícolas e delas importam sobretudo produtos industriais. Como o comércio externo dava grandes lucros, assiste-se, por todo o lado, a uma movimentação das populações dos meios rurais para as cidades, em especial do litoral. Passam a dedicar-se não só ao comércio, mas também a outras actividades com elas relacionadas, tais como a construção naval, carregamento e transporte de mercadorias, etc.. Assim, junto às velhas cidades surgem como que novas cidades (novos burgos). Estes habitantes dos novos burgos, que passam a ser conhecidos por burgueses, dedicam-se principalmente ao comércio. Surge assim, saída do povo, uma nova e rica camada social– a burguesia mercantil.
Mas, no séc. XIV, a produção agrícola começa a diminuir. Para isso contribuem o abandono dos solos mais pobres e arenosos, a deslocação dos trabalhadores rurais para as cidades do litoral, ou ainda a diminuição da cultura dos cereais. Esta cultura, devido à falta de trabalhadores rurais, começa a ser substituída pelas culturas da vinha e da oliveira ou pela criação de gado, por exigirem menos mão-de-obra.
A falta de cereais faz com que a população comece a sentir dificuldades em se abastecer e em se alimentar. Havia também fomes, provocadas especialmente por maus anos agrícolas. Assim, esta deficiente alimentação, aliada à falta de condições de higiene, leva a que as epidemias (pestes) se espalhem mais facilmente, provocando a morte de muitas pessoas. Ficou célebre a Peste Negra que se espalhou rapidamente por toda a Europa, morrendo, devido a ela, nalgumas regiões, de metade a um terço da população.
A crise económica (crise agrícola, essencialmente) vai continuar ao longo da segunda metade do séc. XIV e prolongar-se ainda pelo séc. XV. Tanto o clero como a nobreza, vendo diminuir os seus rendimentos, começam também a querer dedicar-se ao comércio porque, sobretudo o comércio externo, dava grandes lucros. Mas aqui entra em choque com os interesses da burguesia, que enriquecera nesse mesmo comércio.
Tendo morrido (1384) o rei de Portugal, D. Fernando, surge um problema de sucessão. Não tendo filhos, e estando a sua única filha casada com o rei de Castela, podia dar-se o caso de Portugal ficar unido a Castela. Desta forma, os portugueses dividem-se em dois grupos ou partidos opostos: -o partido do Mestre de Avis, formado essencialmente pela classe popular e alguns membros do clero e alta nobreza; -o partido deCastela, apoiado sobretudo em elementos do alto clero e alta nobreza. Tornava-se necessário resolver a crise política, ou seja, a nomeação de um novo rei. Para isso se reuniram as corte em Coimbra (Cortes de Coimbra), onde o Mestre de Avis foi aclamado rei (D. João I). O rei de Castela invade novamente Portugal, mas é derrotado na Batalha de Aljubarrota. Os partidários do Mestre de Avis saíram, assim, vitoriosos.
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